segunda-feira, 9 de março de 2015

OLHO NU - Ideogramas Ocidentais | © Tchello d'Barros





Micro poemas neoconcretos do livro "Olho Nu", de 1996

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Tchello d'Barros - p/ a exposição "Indivisuais" na Pinacoteca da UFAL - Maceió/AL


Capa de "VIDE-VERSO"


"VIDE-VERSO" - Poesia experiemental

Amigos,

Aqui alguns dos poemas de meu 6º livro, “Vide-Verso” que embora os poemas estejam veiculados em meu site desde 2004, ainda não foi publicada uma versão impressa. A coletânea de textos curtíssimos segue na linha dos poemas publicados em “Letramorfose, ou seja, todos muito curtos, explorando as várias possibilidades da palavra, usando e abusando de rimas, trocadilhos, aliterações e outros recursos, ora desconstruindo frases-feitas, ora resignificando sentenças filosóficas ou falares do povo. Creio que os que estiverem familiarizados com as palavras-cabide e palavras-valise de James Joyce, não se assustarão muito.






.............................



sumi
semi
nu
numa
duna
duma
dona



.............................



nós
nus
:
um
+
um
=
hum!



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era
hora
do
amor
ora
era
eros
ora
era
hera



.............................




aporta
saudade
aperta
o peito
flechado
fechabre
a porta


...................................



dispara
meu
peito
que
ao
ver-te
diz: pára!



.................................


verte
meu
peito
ao
ver-te



.............................



indecente

tua lava

me lava

me leva

me love

incandescente



...................................



na cama

a calma

com fusão

de corpo

e alma



....................................


como

tô carente

corro

tocar em teu

corpo



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acaso


acasalamento

lamento



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acaso

cedo ou tarde

cedo e caso



em suma

me assuma

ou suma



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amor ou caso

acuso o acaso

cada caso

é um caos



.........................



revelo

me

em

teu

relevo



............................



preciso

do

que

tens

de

precioso



............................


a maria


quem


diria

que


um


dia

me

amaria


................................



quarto crescente
luar de absinto
parece que sente
carece o que sinto



................................



obsoleto

tudo que eu sabia

absoluto



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todos

nós

somos

hum


us



.............................



na

vida

as

coisas

são

comoção



............................



sempre essa


de
divagar
e


sem pressa



.............................



arte
?
deus
me
louvre
!



...........................





poética
intica
:
em
política
ética
é titica



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a cidade
assassina
ácida de si
decide
essa sina



........................



urgia te amar

mal
me
quer
mas
bem
me
tem
em

orgia de amor



........................



silencio
ao
te
ver
se

cio

lascívia
ao
te
ver

se
via



........................



meu
fôlego
teu
fogo
ex-pira



........................



indecente
ainda sente

essa ninfa
essa peca
essa fada

inocente
e não sente



........................



no amor
haja gás
e ânimo
a
orgia se
gasta num
momento



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eros ou erros
:
apego = ah pego
apelo = ah pelo
afago = ah fogo
afeto = há feto



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:
vampira
me
tara pira
me
tira para
me
expia inspira
me
aspira expira
!



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a danada
da amada

uma dona
que me dana

uma dama
que me doma

nada muda
essa madame

me dá medo
se me ama



........................



ânsia
em
si
seu
cio
ensina
me
o
ciúme



........................



a alma geme ao

ver

a alma gêmea



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culpa do
cupido
:
bem feito
é certo
que a seta
só acerta
quem aceita
essa seita
no centro
do peito



........................



vir tu ali dá de

10
na

virtualidade



........................



escrevo

não
pra ser imortal

mas
pra um amor tal
pra uma mortal



........................



sou

anticonstitucionalissimamente





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do
poema
rimas

do
amor
rimos

da
vida
rumos



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ri mas são
rimas minhas

estrelinhas
nas
entrelinhas



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arte
:
futuro da faina
fratura da forma
fatura da fama
fartura da fome



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moda
me dá
medo

mede
o meu
modo

muda
o meu
mundo



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pátria minha
grande e bela

ver de perto
e amar ela



........................



belezas
à
beça
se
abrissem
as
cabeças
e
coubesse
que
a cobiça
se
acabasse



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na ida à vinha
a ira ainda
havia na vinda

ria na via a ira
no vinho novinho
pois ia e vinha



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sossego
se só sigo
desígnios
de signos
sou cego



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some

ou

some



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sina de luz
me
elucida

a lucidez
me
alucina



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universos paralelos

:

uni versos para lê-los



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prece
não tem
preço

ora

peça
à
beça



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temor
:
tememos
e
trememos
:
morte



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"Vide-Verso"


Tchello d'Barros

www.tchello.art.br

Capa de "AMOR À FLOR DA PELE"


"AMOR À FLOR DA PELE" - Trovas

Amigos,

Aqui alguns dos poemas constantes em meu 5º livro publicado, “Amor à Flor da Pele” (2003), pela Editora Cultura em Movimento, na cidade de Blumenau/SC. O lançamento ocorreu na Fundação Cultural de Blumenau, sede da editora, em evento onde comemorei 10 anos de atividades artísticas lançando ainda meu site. Na ocasião, o programa sobre Literatura Pic-Nic Cultural que eu apresentava na TV Brasil Esperança, entrevistando ao vivo autores da região, fez um programa externo especial sobre o evento. Como eu não podia me auto entrevistar, minha amiga Anelise fez essa reportagem externa e colheu depoimentos de diversas personalidades da cena cultural da região. Trata-se de uma coletânea de Quadras, uma forma fixa de poema bastante tradicional na língua portuguesa, praticada por Camões, Fernando Pessoa e tantos outros. Também chamada de Quadrinha, Trova e Redondilha maior, essa forma de poema é constituída de quatro versos com sete sílabas poéticas cada, rimando em geral o segundo com o quarto verso. Sua declamação dura aproximadamente oito segundos. Os poemetos desse volume são praticamente o resultado de uma pesquisa dessa forma fixa de poema, escritos durante um projeto onde eu e o poeta Marcelo Steil fazíamos palestra e declamações de poesia em escolas, num projeto chamado Viva Poesia, que atingiu cerca de 50.000 estudantes e editamos depois 4 coletâneas com os poemas escritos pelos alunos, resultado de um concurso que promovemos. Pois na época, os estudantes apreciavam mesmo esse tipo de poema, quanto mais açucarados melhor, por isso as quadrinhas desse livro tratam de temas românticos, de um Amor ideal. Somado a isso, como mote, flores que se podia se encontrar na cidade de Blumenau, que em alemão significa “Campo de Flores”. A orelha foi escrita pelo poeta Jairo Martins e o prefácio pela Tuca Ribeiro, professora de Literatura na Furb. A edição contava ainda com aquarelas onde a artista plástica Imamaiah ilustrou as flores dos poemas e cada página possuía ainda uma versão em Braille.



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O Amor-perfeito veio
Nascer na tela do artista
E nasceu em nossos olhos
Amor à primeira-vista


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As Avencas hoje dançam
Ao vento que vem soprar
Essa brisa diz-me algo
Vem teu nome sussurrar



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As Azaléias formosas
Fazem sombra pro besouro
E sem sombra de dúvida
Nosso amor é um tesouro



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As Acácias abraçadas
Tão juntinhas neste ramo
Olho dentro dos teus olhos
Então digo que te amo



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As Adálias tão formosas
Parecem obras de arte
E bate forte o meu peito
Simplesmente por amar-te

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Os Antúrios corações
Lá no jardim à crescer
Bate-bate e faz tum-tum
Cada vez que vou te ver



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Os Agapantos ao vento
Como azuis olhos de Vênus
Com afagos e carícias
Assim nós nos amaremos



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As Begônias são a causa
De um jardim tão colorido
Sem teu amor minha vida
Não teria algum sentido



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As Bromélias são encanto
Magia de belos matizes
Essa paixão é o feitiço
Que nos faz sorrir felizes



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As Camélias tem um ar
De quem vibra de paixão
Escrevo hoje teu nome
No livro do coração



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Oh Crisântemos divinos
São as flores de um adeus
Jamais morre esta chama
Que me une aos olhos teus



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Os Cravos estavam tristes
Pois o sol havia se posto
Vi nas nuvens deste céu
O desenho do teu rosto



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A Flor-de-Liz e suas cores
São matizes da beleza
Mantemos em nosso peito
A chama do amor acesa



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Os Gerânios nos jardins
Ornamentam a cidade
Assim é o nosso amor
Jardim de felicidade


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A Gérbera apaixonada
Na primavera nascia
Em mim nasceu o amor
Que renasce à cada dia



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Os Girassóis apaixonados
Sorriam ao astro-rei
Te amarei eternamente
Jamais te esquecerei



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Os Hibyscus perfumavam
O vento do entardecer
Meu coração será teu
Cada vez que ele bater



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As Hortências tão sublimes
De fragrância tão pura
Mais sublime é nosso amor
Puro afeto e ternura



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Os Ipês na primavera
Vestem traje amarelo
Teu amor vestiu meu mundo
De um sonho doce e belo



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O Jasmin enamorado
Floresceu até que enfim
O romance de nós dois
Tem começo e não tem fim



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Os Lírios perto do mar
Inesquecível paisagem
Assim é o teu semblante
Em sonho vi tua imagem



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Nos Lisiantus do jardim
Pisca-pisca um vagalume
O teu amor me completa
Como a flor e seu perfume



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As Margaridas não mentem
Respondem à quem quiser
Perguntei de nosso amor
Terminou em bem-me-quer



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A Miosótis tão singela
Sempre me enterneceu
Estarei junto de ti
Sempre sempre ao lado teu



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As Orquídeas com seu néctar
Onde pousa o beija-flor
Nesses lábios pousam beijos
Também a palavra amor



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As Petúnias se destacam
No céu de azul profundo
Te quero muito meu amor
Mais que tudo neste mundo



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As Prímulas elegantes
Como asas de querubim
No céu brilha o arco-íris
Como este amor sem fim



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A Rosa disse ter visto
Borboletas no jardim
E falou do teu amor
A melhor parte de mim



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As Tulipas são tão raras
Tão difíceis de encontrar
Encontrei o meu amor
E meu destino é te amar



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As Violetas violácias
Ou da mesma cor do céu
Não acaba este beijo
Com doce sabor de mel



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"Amor à Flor da Pele"


Tchello d'Barros

www.tchello.art.br