Amigos,
aqui alguns dos poemas constantes em meu livro "Palavrório", cuja primeira edição foi publicado de forma independente em 1996, quando eu vivia em Blumenau/SC. O lançamento aconteceu na abertura da 1ª Feira do Livro da cidade (que só durou uma edição!) e estavam presentes os poetas Alcides Buss, Lindolf Bell, Marcelo Steil, Martinho Bruning e até o Ziraldo. Dei esse título pois achei o mesmo excessivo em número de textos, temáticas abordades e mesmo as linguagens experimentais. Mas é a gênese de minha produção em poesia experimental, ou seja, apesar de ser o segundo livro publicado, apresenta os primeiros poemas que escrevi, as primeiras experimentações formais e busca de estilo.
PALAVRÓRIO
Tchello d'Barros
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POR AMAR UM AMOR-MOR
Mais amor e amar a musa
Ardor de adorar a diva
Num arder louvar a deusa
Um cio de concupiscência
Licenciosa orgia
E lúbrica simbiose
Aceso amor de libido
Casta paixão na lascívia
E desejos em volúpia
Afrodite ou deusa Vênus
Adeus aos erros de Eros
E com camisa-de-vênus
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DE PERFUMES E PERFÍDIAS
Olores de sândalo
Perfumes na brisa
Marulho de ondas
Pegadas na praia
No calor da tarde
Ao sol tropical
Dilatam pupilas
Acendem desejos
Um úmido vento
Vem todo aromas
Num cheiro de flores
De pétalas doces
Na tarde que arde
A sutil fragrância
Hoje denuncia
Um rosto ausente
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SUBLIME SEMBLANTE
Nesse sublime semblante
Um breve tremor no corpo
Acende a luz das fagulhas
Que ardem por toda a pele
Íris além do arco-íris
Encontrar um rosto amado
Nessas fugidias nuvens
Na tarde um poente de ouro
E nos olhos do semblante
Duas mandalas fugazes
Duas gotas do oceano
Ilhas de uma saudade
Um corpo quente e lânguido
Em esguia silhueta
Tépidas dunas sem fim
Romã de raros aromas
E ferve um rio caudaloso
E queima o leito nas veias
Águas que ardem por dentro
Nas torrentes do desejo
No encontro da pele afago
Toque na pele e carícia
Onde arde a chama o afeto
Semblante em doce ternura
As nuvens levam um rosto
As horas levam um nome
Mas não levam essas letras
Nem essa pedra no peito
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NA PONTA DO LÁPIS
Papel virginal
De cálido rosto
E nívea brancura
Recebe a visita
De um tímido lápis
A mina desliza
Percorre a folha
Nos traços que nascem
E fixa o grafite
Num gesto infinito
Nas linhas que surgem
Dos riscos e letras
No branco papel
Emergem desenhos
E versos diversos
Os traços do lápis
Percorrem a folha
Não mudam a vida
Não curam o mundo
Nem salvam o homem
Mas este grafite
Com poucos rabiscos
Desenha um corpo
Revela um rosto
E escreve teu nome
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PERGUNTAS PRA LUA
A lua de prata
Rainha das nuvens
Refulge no alto
Um disco que lembra
Olhar de pantera
No meio da noite
Perguntam pra lua
_Realizar sonhos?
Ela é só silêncio
A não dizer nada
Ainda mais silente
Ouve outra pergunta
_Aonde o amor?
Também dessa vez
Nenhuma resposta
O halo lunar
Ouve outra vez
_Existe destino?
Calada na noite
Nenhuma palavra
Silêncio de prata
Que vive no céu
Envia um sinal
Foi só uma nuvem
Ou a lua piscou?
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EM SI NUA EM CIO
Tudo no lugar
Lascívia no tato
Desejo no olfato
Libido no olhar
Sem nada alterar
Encontro de olhos
No suor dos corpos
Ardor e adorar
Nada vai mudar
Os que se atraem
Nem os que traem
No ato de amar
Nem eliminar
Cupidez no cio
No calor ou frio
Amar e sonhar
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VISITANTE INESPERADA
Num sonho ela aparece
Meia-noite e meia-lua
Uma imagem que oferece
Um corpo de pele nua
Mostra agora sua face
Rosto de musa calada
Uns olhos que dizem tudo
Sem dizer uma palavra
Essa diva de outro mundo
Bela dona que me encanta
Enche de luz o meu ser
Ao dar-me um beijo de santa
Um silêncio mais profundo
Já em plena alvorada
A mulher de pele despida
Me chama ao mundo dos vivos
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2
O PÓ DO POEMA
O pó do poema
É barros e lama
Havendo um tema
Não tema nem trema
À venda um anátema
Nem treme a trama
Valendo uma teima
Há lá quem se queima
Vá lendo o poema
De ameno tema
E além de um lema
Há lenda e dilema
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UMA ALMA MAL ARMADA
Quanto cabe no poema
Por vezes agita a alma
Talvez um gume de arma
Quase sempre tão serena
E nas letras do poema
O fio de uma lâmina
A fatiar as palavras
Numa tarefa amena
E na escrita do poema
Pena e letal espada
O gume divide um tema
Dúvida em todo dilema
E os versos do poema
Neste vale de milagres
Quase tudo vale apenas
Se a arma não é pequena
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TORRE DE PAPEL
Arar a palavra
Unir caracteres
No branco papel
Lavrar a palavra
Tecendo o idioma
Da torre Babel
A rara palavra
Na face da página
Qual rosto sem véu
Atar a palavra
Na torre escrita
Que sobe ao céu
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CONVERSÃO COM FÉ
Conversa com versos
Ser um réu com fé
Poema processo
Sem corpo delito
Nem corpo deleite
Ou corpo de letra
Ser um réu confesso
Receber em versos
Um mau veredito
No jogo das letras
Nem joio nem trigo
Apenas um grito
Apenas a pena
Para além do rito
Que segue inaudito
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ALA DA PALAVRA ALADA
Vai palavra voa ao longe
Além de nossos destinos
Muito além dos horizontes
E dos nossos desatinos
Leva teu canto ao mundo
E ao voar nos quatro cantos
Deixa no peito dos homens
Letras de fogo da vida
Poema essa ave branca
Leva as asas do desejo
Leva segredos e sonhos
De quem ama ao dar um beijo
Pássaro feito de versos
Sobrevoa esta cidade
Paira nos olhos do homem
Pousa no seio da verdade
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AS PEGADAS APAGADAS
Dançam nuvens lá no céu
Voa longe passarinho
Vai pro alto voa ao léu
Qual poema no papel
Escrevendo seu caminho
Em teu voo a leveza
Muito além deste escrito
No teu pouso uma certeza
Teu voar é a beleza
Que procura o infinito
Ave rara iluminada
Voa ao sol ou lua cheia
Essa vida é um nada
Será em breve apagada
Qual pegadas na areia
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100 MEIAS PALAVRAS
Com três paus se faz uma canoa
Com três pessoas se tem uma igreja
Com três palavras se faz um poema
Com dois paus já se faz uma cruz
Com duas pessoas já se tem ambos
Com duas palavras há uma cruzada
Com um pau se arma uma barraca
Com uma pessoa se tem alguém
Com uma palavra se arma a matraca
Com meio pau já se tem um poste
Com meia pessoa se tem aquém
Com meia palavra besta basta
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Há RISO E HÁ RISCO
Nos traços que risco
Meu cisma na reza
Desenha-se misto
A vida em rio raso
Desdenha-se um riso
Não piscar o cisco
Ser menos que isso
Um mero arabesco
Não mais que um rabisco
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COR EM TOM-SUR-TOM
O branco no breu
No verde um tom frio
Suave matiz
E cálida tez
Em crua nuance
A plasmar a cor
Somar-se num tom
Sumir-se no breu
Degradê do céu
Boreal o azul
Volátil anil
Volúvel na luz
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TANTAS TINTAS VISTAS JUNTAS
Na cor nascer ou não ser
No traço que se revela
Na forma que se desvela
Nos limites do espaço
Na cor ser ou renascer
Cobrir a tela de tinta
Na mão o pincel que pinta
E um olho aquém de Picasso
Na cor a obra a fazer
Preparar toda a tintura
Plasmar na tela a pintura
Matiz nuance e traço
E na cor acontecer
Gesto onde nasce a obra
Na vida que se renova
Todo dia a cada passo
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3
QUANDO ANDO REZANDO
Se ano após ano
Eu meço essa sina
Que peço na reza
E somo ao meu sonho
Se assim me assino
Me assumo insano
Se sigo insone
Nem me assombro
Pois ano após ano
Me somo rezando
Me uno andando
Se ando e me sumo
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SÓ DÁ DÓ DE SI
Acordar em sono
Numa corda bamba
Ser na corda um nó
Acordar em sina
Numa cor de sonho
Sem ser mais que pó
Acordar insano
Num acorde o tom
Dura nota dó
Acordar insone
Som de nota pura
A dor de ser só
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NA IDA E NA VOLTA
Viver é fatal
Passar pela vida
É só um ir e vir
Entre o bem e o mal
Ao fim da viagem
Depois desse corpo
Ser alma ser anjo
Ou uma miragem
Ainda um mistério
Pra onde se vai
Algum paraíso
Algum céu etéreo
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VIAGEM RÁPIDA
Vida é viagem
E há uma alma
Pedindo passagem
No trilho ou na margem
Por dentro dos olhos
Tanta paisagem
Andar sem destinos
Percorrer caminhos
Correr cem destinos
No trem coletivo
De vagão lotado
Viver sem motivo
Via obrigatória
Última estação
Dessa trajetória
No ciclo do ser
Final da odisséia
Hora de descer
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UMA ALMA LEVADA
Cósmico universo
Sideral espaço
E um buraco-negro
No vácuo um voo
Que leva na aura
A luz das estrelas
Um anjo caído
Elevada alma
De asa lesada
Em seu voo cego
De asa tão alva
E alma lavada
Elevado karma
No ouro do sol
Um canto de Fênix
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EXISTENCIALÍSSIMO
Do brevíssimo existir
Alguém diz que é deleite
Rico jardim de delícias
O fruir de um banquete
Do efêmero existir
Outrem diz ser um martírio
Uma perene angústia
Um contínuo delírio
No transitório existir
Ninguém nos diz o que somos
Por que será que vivemos
E nem mesmo aonde vamos
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TEARES E ARTES
Tece a máquina na fábrica
E fabrica em desatino
Esse homem que maquina
A sina de seu destino
Essa sina se costura
Na malha em lida diária
Estampa a tinta na carne
Em vivas cores douradas
Turnos e ritmos contínuos
Os homens a labutar
Urdem o verbo na trama
Em sua luta ao tear
Essas vidas por um fio
Tecem linho e algodão
Tudo tecem nada pedem
Porém sempre algo dão
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A MÁSCARA NO TEATRO
Atrás do enigma no rosto
Na máscara de teatro
As pupilas se dilatam
Nos olhos que se escondem
Voz que ecoa no teatro
Boca a jorrar palavras
No palco um ato e um pacto
Acende um desejo o gesto
Néctar da boca de Baco
Hálito doce de vinho
E um vulto livre que dança
Que canta o sopro das musas
Transe de um corpo na cena
Por fim desce a cortina
A máscara cai do rosto
E o rosto é outra máscara
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ALJAVA DE QUIRON
Quiron o centauro
Escolhe uma flecha
E aponta a seta
Os céus se agitaram
E qualquer estrela
Se torna um alvo
Pois sabe que a seta
Acerta o destino
Todo o universo
A lua as estrelas
O sol e os cometas
Anéis de saturno
Todos os que vivem
Lá em cima no céu
Acendem as luzes
Ao voo da seta
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AS CAPIVARAS NO AÇU
As várias capivaras
Ciciam seu cio no açu
Acima das cismas do homem
Sem medo inculpes copulam
Sob a luz do azul do céu
Pastam na relva felizes
Dormem seu sono dos justos
Sonham alheias ao mundo
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O CÉU ACIMA DO AÇU
Nimbus acima do rio
Dançam na manhã do verão
E desenham sua sombra
Sobre o rosto da cidade
Cantam as águas no açu
Imitando a cor das nuvens
E os gerânios violetas
Exalam pólem no ar
E o amanhã sinuoso
Tão incerto e inefável
Como a cor dessas águas
Águas calmas e profundas
Seguem apenas seu curso
Cujas margens onduladas
Encontram no horizonte
O beijo azul do céu
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MERCÚRIO COM ENXOFRE
No crisol e na crisálida
Ou em crise existencial
A vida segue seu ritmo
Repete o seu ritual
Transmutar ouro em chumbo
Na pedra filosofal
Receber a luz dos astros
E o fogo sobre o metal
Da treva é que nasce a luz
E da noite surge o dia
Na alma nasce a obra
Da arte nasce a magia
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PARAQUEDAS PARA QUÊ?
O céu nesse salto
Um risco no azul
E um sol sob o sul
Ao léu lá no alto
Acima da nuvem
Na bruma do vento
Num voo o alento
As asas se curvam
Acima do monte
O mundo a girar
Por todos os lados
Linhas do horizonte
O voo se finda
Apesar de breve
A alma é tão leve
Que voa ainda
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DE INTENTOS E INSTINTOS
Na memória o intento
E na noite o instinto
Esquecer já é distante
Tanto quanto este instante
A lua cheia transborda
Noite alta e madrugada
Nos meandros de um idílio
Um sino retine ao longe
Na noite um corpo no leito
No leito o sonho no sono
No sonho o medo da morte
Na morte o fim da viagem
Na viagem rir da vida
Na vida o caminho da arte
Na arte a fagulha da alma
Na alma o sentido de tudo
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LINHAS DA PALMA DA MÃO
Ardem perenes eternas
As tempestades solares
Na fuga dos cometas
O êxtase da divindade
No alto acima das nuvens
Estrelas iridescentes
Em longínquos quadrantes
Ao redor da esfera azul
Oscilam tantas galáxias
Sutis miasmas etéreos
Pulsares de luzes distantes
Asteróides solitários
Na linha azul do horizonte
Fulgem raios rugem rios
No céu rutilam estrelas
Luzindo sóis e quasares
Nas linhas rubras da palma
As cálidas labaredas
Queimam rubras e voláteis
Ígnea sina e desdita
O destino arde na palma
Sinuosos os caminhos
E o sangue sob a pele
Percorre suas veredas
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AGOSTO À CONTRA-GOSTO
O tempo nos tece uma veste
E muito custa esse imposto
E lento nos dá outro susto
Gastou-se mais um agosto
Posto que vasto é o tempo
E visto que nos é imposto
Viver só um tempo sucinto
Numa sina à contra-gosto
A teia insana das horas
Aos poucos sela um desgosto
No vasto espaço do espelho
O tempo esculpe seu rosto
..................................
PARADOXO DIGITAL
Hoje ninguém mais duvida
Dessa ávida ciência
Visceral transcendência
A sentenciar a vida
Somos povos hodiernos
A pagar tanto equívoco
Rumo ao inevitável
Ser andróide pós-moderno
Da árvore desceu a fera
Mutação evolutiva
Já homem subiu ao cosmos
Urbanóide em nova era
Nova ira e novo alento
Ser da causa seu efeito
Nessa mera vil ciência
Crepúsculo de um tempo
E veloz se aproxima
Essa era do silício
Ainda nem esquecemos
Da rosa de Hiroshima
Neurônio elemental
Entre luzes de sinapses
Emana no paradigma
Mantra e tantra ancestral
Paradoxo digital
Gerando chips e kbytes
Sem espaço pra haicais
Ficção existencial
Num sambaqui nuclear
Sarcófago virtual
Um holograma rupestre
Não poderá deletar
Do arco a mira no alvo
Ou na corda o som da lira
O sangue vivo na veia
Nem na musa o sopro em verso
Nem no cosmos a viagem
Ou de um mapa o seu rumo
Da asa o voo de um anjo
O sonho no olho do homem
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4
ASTROLÁBIO ON-LINE
Um fugaz desígnio
Traduz cartas náuticas
Lúdica odisséia
Em vorazes insígnias
Em mapas e bússulas
Fronteiras e mares
Nos rumos do mundo
Noutros horizontes
Achar a si mesmo
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ODE AOS ESCRIBAS
Labuta o escriba
Nas vozes antigas
Símbolos e signos
Talha uma epopéia
E veste de letras
Papiros e tábuas
E nomes de homens
Destinos do mundo
Nas sendas do tempo
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PLÊIADES DISTANTES
Um risco na noite
Refulge o cometa
Celeste miríade
Os anjos e santos
Também eles amam
Estrelas cadentes
Viaja no espaço
A luz solitária
Num adeus a Deus
.....................................
FÚCSIA O VORTEX
Negra pedra ônix
Alta madrugada
Rutila um quasar
Num vortex volátil
Reluz em relâmpago
Um raio magenta
Ao final da noite
Centelhas de fogo
Tramando a aurora
................................
SETAS DE CENTAUROS
Som de tempestades
Na constelação
No céu do zodíaco
Nem chuva nem raios
Sequer meteoros
Ou lunar eclipse
Apenas centauros
Entre os horizontes
Alvejando estrelas
......................................
SÍNTESE E ANTÍTESE
O futuro não se atina
Morrer é apenas um mito
Diz o ditado sucinto
Pois viver nunca termina
É caminhar pelo infinito
Por dentro de um labirinto
E cada qual se imagina
Atendendo o quesito
De jamais estar extinto
FOGO DE OLHO-FÁTUO
Crepita sutil
A chama volátil
Em fogo volúvel
Lilás violeta
Labareda tênue
Espalha centelhas
De efêmero lume
A dança das chamas
De luz inflamável
.......................................
SIGNOS E DESÍGNIOS
Na noite diáfana
Inflama-se a chama
Na cor do crepúsculo
Um cálido fogo
De tépido lume
E luz crepitante
Dormita em segredo
Um sonho inefável
Profecia e fé
............................
ZEN IDEOGRAMA
Volutas de incenso
Ecoa um koan
Ao sol do oriente
Nanquim cor da noite
Desliza o pincel
Pelo ideograma
Cintila um metal
Ao lume da lâmina
Sonha o samurai
....................................
ELEGIA EM MI
Lençóis nacarados
Um ar de jasmim
Penumbra diáfana
Um sax soa ao longe
E um vinho merlot
Acorda a língua
A noite revela
Vorazes sentidos
E dois sóis se encontram
................................
OLHAR SIMULTÂNEO
Impar dorme o par
Sonha um com o outro
No sonho feérico
Calor de carbono
Por dentro da carne
Desata-se um frêmito
Voltar da viagem
E ao mesmo tempo
Abrem-se os olhos
.................................
PAZ E A MORTE SEMPRE
Acabem com os relógios
O tempo urge pra mim
E rasguem os calendários
O amor ruge carmim
Ao fogo com as agendas
A morte surge no fim
"PALAVRÓRIO"
Tchello d'Barros
www.tchello.art.br
...................................
sexta-feira, 6 de abril de 2007
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Um comentário:
EM SI NUA EM CIO...este e seus outros poemas do PALVRÓRIO - todos excelentes, bem feitos, criativos e leves....muito gostoso de se ler. Mesmo no poema mais longo vc faz um inteligente jogo de palavras...Muito bom mesmo...Um dos melhores que conheci aqui.
Parabéns!!!!
Um grande abraço
Vera Helena
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