sexta-feira, 6 de abril de 2007

"Palavrório" - Poesia experimental

Amigos,

aqui alguns dos poemas constantes em meu livro "Palavrório", cuja primeira edição foi publicado de forma independente em 1996, quando eu vivia em Blumenau/SC. O lançamento aconteceu na abertura da 1ª Feira do Livro da cidade (que só durou uma edição!) e estavam presentes os poetas Alcides Buss, Lindolf Bell, Marcelo Steil, Martinho Bruning e até o Ziraldo. Dei esse título pois achei o mesmo excessivo em número de textos, temáticas abordades e mesmo as linguagens experimentais. Mas é a gênese de minha produção em poesia experimental, ou seja, apesar de ser o segundo livro publicado, apresenta os primeiros poemas que escrevi, as primeiras experimentações formais e busca de estilo.






PALAVRÓRIO

Tchello d'Barros



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POR AMAR UM AMOR-MOR

Mais amor e amar a musa
Ardor de adorar a diva
Num arder louvar a deusa

Um cio de concupiscência
Licenciosa orgia
E lúbrica simbiose

Aceso amor de libido
Casta paixão na lascívia
E desejos em volúpia

Afrodite ou deusa Vênus
Adeus aos erros de Eros
E com camisa-de-vênus


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DE PERFUMES E PERFÍDIAS

Olores de sândalo
Perfumes na brisa
Marulho de ondas
Pegadas na praia

No calor da tarde
Ao sol tropical
Dilatam pupilas
Acendem desejos

Um úmido vento
Vem todo aromas
Num cheiro de flores
De pétalas doces

Na tarde que arde
A sutil fragrância
Hoje denuncia
Um rosto ausente



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SUBLIME SEMBLANTE

Nesse sublime semblante
Um breve tremor no corpo
Acende a luz das fagulhas
Que ardem por toda a pele

Íris além do arco-íris
Encontrar um rosto amado
Nessas fugidias nuvens
Na tarde um poente de ouro

E nos olhos do semblante
Duas mandalas fugazes
Duas gotas do oceano
Ilhas de uma saudade

Um corpo quente e lânguido
Em esguia silhueta
Tépidas dunas sem fim
Romã de raros aromas

E ferve um rio caudaloso
E queima o leito nas veias
Águas que ardem por dentro
Nas torrentes do desejo

No encontro da pele afago
Toque na pele e carícia
Onde arde a chama o afeto
Semblante em doce ternura

As nuvens levam um rosto
As horas levam um nome
Mas não levam essas letras
Nem essa pedra no peito

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NA PONTA DO LÁPIS

Papel virginal
De cálido rosto
E nívea brancura
Recebe a visita
De um tímido lápis

A mina desliza
Percorre a folha
Nos traços que nascem
E fixa o grafite
Num gesto infinito

Nas linhas que surgem
Dos riscos e letras
No branco papel
Emergem desenhos
E versos diversos

Os traços do lápis
Percorrem a folha
Não mudam a vida
Não curam o mundo
Nem salvam o homem

Mas este grafite
Com poucos rabiscos
Desenha um corpo
Revela um rosto
E escreve teu nome


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PERGUNTAS PRA LUA

A lua de prata
Rainha das nuvens
Refulge no alto
Um disco que lembra
Olhar de pantera

No meio da noite
Perguntam pra lua
_Realizar sonhos?
Ela é só silêncio
A não dizer nada

Ainda mais silente
Ouve outra pergunta
_Aonde o amor?
Também dessa vez
Nenhuma resposta

O halo lunar
Ouve outra vez
_Existe destino?
Calada na noite
Nenhuma palavra

Silêncio de prata
Que vive no céu
Envia um sinal
Foi só uma nuvem
Ou a lua piscou?


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EM SI NUA EM CIO

Tudo no lugar
Lascívia no tato
Desejo no olfato
Libido no olhar

Sem nada alterar
Encontro de olhos
No suor dos corpos
Ardor e adorar

Nada vai mudar
Os que se atraem
Nem os que traem
No ato de amar

Nem eliminar
Cupidez no cio
No calor ou frio
Amar e sonhar


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VISITANTE INESPERADA

Num sonho ela aparece
Meia-noite e meia-lua
Uma imagem que oferece
Um corpo de pele nua

Mostra agora sua face
Rosto de musa calada
Uns olhos que dizem tudo
Sem dizer uma palavra

Essa diva de outro mundo
Bela dona que me encanta
Enche de luz o meu ser
Ao dar-me um beijo de santa

Um silêncio mais profundo
Já em plena alvorada
A mulher de pele despida
Me chama ao mundo dos vivos



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2



O PÓ DO POEMA

O pó do poema
É barros e lama

Havendo um tema
Não tema nem trema

À venda um anátema
Nem treme a trama

Valendo uma teima
Há lá quem se queima

Vá lendo o poema
De ameno tema

E além de um lema
Há lenda e dilema


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UMA ALMA MAL ARMADA

Quanto cabe no poema
Por vezes agita a alma
Talvez um gume de arma
Quase sempre tão serena

E nas letras do poema
O fio de uma lâmina
A fatiar as palavras
Numa tarefa amena

E na escrita do poema
Pena e letal espada
O gume divide um tema
Dúvida em todo dilema

E os versos do poema
Neste vale de milagres
Quase tudo vale apenas
Se a arma não é pequena



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TORRE DE PAPEL

Arar a palavra
Unir caracteres
No branco papel

Lavrar a palavra
Tecendo o idioma
Da torre Babel

A rara palavra
Na face da página
Qual rosto sem véu

Atar a palavra
Na torre escrita
Que sobe ao céu



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CONVERSÃO COM FÉ

Conversa com versos
Ser um réu com fé
Poema processo

Sem corpo delito
Nem corpo deleite
Ou corpo de letra

Ser um réu confesso
Receber em versos
Um mau veredito

No jogo das letras
Nem joio nem trigo
Apenas um grito

Apenas a pena
Para além do rito
Que segue inaudito


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ALA DA PALAVRA ALADA

Vai palavra voa ao longe
Além de nossos destinos
Muito além dos horizontes
E dos nossos desatinos

Leva teu canto ao mundo
E ao voar nos quatro cantos
Deixa no peito dos homens
Letras de fogo da vida

Poema essa ave branca
Leva as asas do desejo
Leva segredos e sonhos
De quem ama ao dar um beijo

Pássaro feito de versos
Sobrevoa esta cidade
Paira nos olhos do homem
Pousa no seio da verdade


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AS PEGADAS APAGADAS

Dançam nuvens lá no céu
Voa longe passarinho
Vai pro alto voa ao léu
Qual poema no papel
Escrevendo seu caminho

Em teu voo a leveza
Muito além deste escrito
No teu pouso uma certeza
Teu voar é a beleza
Que procura o infinito

Ave rara iluminada
Voa ao sol ou lua cheia
Essa vida é um nada
Será em breve apagada
Qual pegadas na areia


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100 MEIAS PALAVRAS

Com três paus se faz uma canoa
Com três pessoas se tem uma igreja
Com três palavras se faz um poema

Com dois paus já se faz uma cruz
Com duas pessoas já se tem ambos
Com duas palavras há uma cruzada

Com um pau se arma uma barraca
Com uma pessoa se tem alguém
Com uma palavra se arma a matraca

Com meio pau já se tem um poste
Com meia pessoa se tem aquém
Com meia palavra besta basta



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Há RISO E HÁ RISCO

Nos traços que risco
Meu cisma na reza
Desenha-se misto

A vida em rio raso
Desdenha-se um riso
Não piscar o cisco

Ser menos que isso
Um mero arabesco
Não mais que um rabisco



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COR EM TOM-SUR-TOM

O branco no breu
No verde um tom frio
Suave matiz
E cálida tez

Em crua nuance
A plasmar a cor
Somar-se num tom
Sumir-se no breu

Degradê do céu
Boreal o azul
Volátil anil
Volúvel na luz



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TANTAS TINTAS VISTAS JUNTAS

Na cor nascer ou não ser
No traço que se revela
Na forma que se desvela
Nos limites do espaço

Na cor ser ou renascer
Cobrir a tela de tinta
Na mão o pincel que pinta
E um olho aquém de Picasso

Na cor a obra a fazer
Preparar toda a tintura
Plasmar na tela a pintura
Matiz nuance e traço

E na cor acontecer
Gesto onde nasce a obra
Na vida que se renova
Todo dia a cada passo



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3




QUANDO ANDO REZANDO

Se ano após ano
Eu meço essa sina
Que peço na reza
E somo ao meu sonho

Se assim me assino
Me assumo insano
Se sigo insone
Nem me assombro

Pois ano após ano
Me somo rezando
Me uno andando
Se ando e me sumo



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SÓ DÁ DÓ DE SI

Acordar em sono
Numa corda bamba
Ser na corda um nó

Acordar em sina
Numa cor de sonho
Sem ser mais que pó

Acordar insano
Num acorde o tom
Dura nota dó

Acordar insone
Som de nota pura
A dor de ser só



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NA IDA E NA VOLTA

Viver é fatal
Passar pela vida
É só um ir e vir
Entre o bem e o mal

Ao fim da viagem
Depois desse corpo
Ser alma ser anjo
Ou uma miragem

Ainda um mistério
Pra onde se vai
Algum paraíso
Algum céu etéreo



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VIAGEM RÁPIDA

Vida é viagem
E há uma alma
Pedindo passagem

No trilho ou na margem
Por dentro dos olhos
Tanta paisagem

Andar sem destinos
Percorrer caminhos
Correr cem destinos

No trem coletivo
De vagão lotado
Viver sem motivo

Via obrigatória
Última estação
Dessa trajetória

No ciclo do ser
Final da odisséia
Hora de descer



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UMA ALMA LEVADA

Cósmico universo
Sideral espaço
E um buraco-negro

No vácuo um voo
Que leva na aura
A luz das estrelas

Um anjo caído
Elevada alma
De asa lesada

Em seu voo cego
De asa tão alva
E alma lavada

Elevado karma
No ouro do sol
Um canto de Fênix


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EXISTENCIALÍSSIMO

Do brevíssimo existir
Alguém diz que é deleite
Rico jardim de delícias
O fruir de um banquete

Do efêmero existir
Outrem diz ser um martírio
Uma perene angústia
Um contínuo delírio

No transitório existir
Ninguém nos diz o que somos
Por que será que vivemos
E nem mesmo aonde vamos



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TEARES E ARTES

Tece a máquina na fábrica
E fabrica em desatino
Esse homem que maquina
A sina de seu destino

Essa sina se costura
Na malha em lida diária
Estampa a tinta na carne
Em vivas cores douradas

Turnos e ritmos contínuos
Os homens a labutar
Urdem o verbo na trama
Em sua luta ao tear

Essas vidas por um fio
Tecem linho e algodão
Tudo tecem nada pedem
Porém sempre algo dão


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A MÁSCARA NO TEATRO

Atrás do enigma no rosto
Na máscara de teatro
As pupilas se dilatam
Nos olhos que se escondem

Voz que ecoa no teatro
Boca a jorrar palavras
No palco um ato e um pacto
Acende um desejo o gesto

Néctar da boca de Baco
Hálito doce de vinho
E um vulto livre que dança
Que canta o sopro das musas

Transe de um corpo na cena
Por fim desce a cortina
A máscara cai do rosto
E o rosto é outra máscara



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ALJAVA DE QUIRON

Quiron o centauro
Escolhe uma flecha
E aponta a seta
Os céus se agitaram

E qualquer estrela
Se torna um alvo
Pois sabe que a seta
Acerta o destino

Todo o universo
A lua as estrelas
O sol e os cometas
Anéis de saturno

Todos os que vivem
Lá em cima no céu
Acendem as luzes
Ao voo da seta




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AS CAPIVARAS NO AÇU

As várias capivaras
Ciciam seu cio no açu

Acima das cismas do homem
Sem medo inculpes copulam

Sob a luz do azul do céu
Pastam na relva felizes

Dormem seu sono dos justos
Sonham alheias ao mundo




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O CÉU ACIMA DO AÇU

Nimbus acima do rio
Dançam na manhã do verão
E desenham sua sombra
Sobre o rosto da cidade

Cantam as águas no açu
Imitando a cor das nuvens
E os gerânios violetas
Exalam pólem no ar

E o amanhã sinuoso
Tão incerto e inefável
Como a cor dessas águas
Águas calmas e profundas

Seguem apenas seu curso
Cujas margens onduladas
Encontram no horizonte
O beijo azul do céu



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MERCÚRIO COM ENXOFRE

No crisol e na crisálida
Ou em crise existencial
A vida segue seu ritmo
Repete o seu ritual

Transmutar ouro em chumbo
Na pedra filosofal
Receber a luz dos astros
E o fogo sobre o metal

Da treva é que nasce a luz
E da noite surge o dia
Na alma nasce a obra
Da arte nasce a magia



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PARAQUEDAS PARA QUÊ?

O céu nesse salto
Um risco no azul
E um sol sob o sul
Ao léu lá no alto

Acima da nuvem
Na bruma do vento
Num voo o alento
As asas se curvam

Acima do monte
O mundo a girar
Por todos os lados
Linhas do horizonte

O voo se finda
Apesar de breve
A alma é tão leve
Que voa ainda



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DE INTENTOS E INSTINTOS

Na memória o intento
E na noite o instinto
Esquecer já é distante
Tanto quanto este instante

A lua cheia transborda
Noite alta e madrugada
Nos meandros de um idílio
Um sino retine ao longe

Na noite um corpo no leito
No leito o sonho no sono
No sonho o medo da morte
Na morte o fim da viagem

Na viagem rir da vida
Na vida o caminho da arte
Na arte a fagulha da alma
Na alma o sentido de tudo



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LINHAS DA PALMA DA MÃO

Ardem perenes eternas
As tempestades solares
Na fuga dos cometas
O êxtase da divindade

No alto acima das nuvens
Estrelas iridescentes
Em longínquos quadrantes
Ao redor da esfera azul

Oscilam tantas galáxias
Sutis miasmas etéreos
Pulsares de luzes distantes
Asteróides solitários

Na linha azul do horizonte
Fulgem raios rugem rios
No céu rutilam estrelas
Luzindo sóis e quasares

Nas linhas rubras da palma
As cálidas labaredas
Queimam rubras e voláteis
Ígnea sina e desdita

O destino arde na palma
Sinuosos os caminhos
E o sangue sob a pele
Percorre suas veredas



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AGOSTO À CONTRA-GOSTO

O tempo nos tece uma veste
E muito custa esse imposto
E lento nos dá outro susto
Gastou-se mais um agosto

Posto que vasto é o tempo
E visto que nos é imposto
Viver só um tempo sucinto
Numa sina à contra-gosto

A teia insana das horas
Aos poucos sela um desgosto
No vasto espaço do espelho
O tempo esculpe seu rosto


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PARADOXO DIGITAL

Hoje ninguém mais duvida
Dessa ávida ciência
Visceral transcendência
A sentenciar a vida

Somos povos hodiernos
A pagar tanto equívoco
Rumo ao inevitável
Ser andróide pós-moderno

Da árvore desceu a fera
Mutação evolutiva
Já homem subiu ao cosmos
Urbanóide em nova era

Nova ira e novo alento
Ser da causa seu efeito
Nessa mera vil ciência
Crepúsculo de um tempo

E veloz se aproxima
Essa era do silício
Ainda nem esquecemos
Da rosa de Hiroshima

Neurônio elemental
Entre luzes de sinapses
Emana no paradigma
Mantra e tantra ancestral

Paradoxo digital
Gerando chips e kbytes
Sem espaço pra haicais
Ficção existencial

Num sambaqui nuclear
Sarcófago virtual
Um holograma rupestre
Não poderá deletar

Do arco a mira no alvo
Ou na corda o som da lira
O sangue vivo na veia
Nem na musa o sopro em verso

Nem no cosmos a viagem
Ou de um mapa o seu rumo
Da asa o voo de um anjo
O sonho no olho do homem


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ASTROLÁBIO ON-LINE

Um fugaz desígnio
Traduz cartas náuticas
Lúdica odisséia

Em vorazes insígnias
Em mapas e bússulas
Fronteiras e mares

Nos rumos do mundo
Noutros horizontes
Achar a si mesmo


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ODE AOS ESCRIBAS

Labuta o escriba
Nas vozes antigas
Símbolos e signos

Talha uma epopéia
E veste de letras
Papiros e tábuas

E nomes de homens
Destinos do mundo
Nas sendas do tempo


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PLÊIADES DISTANTES

Um risco na noite
Refulge o cometa
Celeste miríade

Os anjos e santos
Também eles amam
Estrelas cadentes

Viaja no espaço
A luz solitária
Num adeus a Deus



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FÚCSIA O VORTEX

Negra pedra ônix
Alta madrugada
Rutila um quasar

Num vortex volátil
Reluz em relâmpago
Um raio magenta

Ao final da noite
Centelhas de fogo
Tramando a aurora


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SETAS DE CENTAUROS

Som de tempestades
Na constelação
No céu do zodíaco

Nem chuva nem raios
Sequer meteoros
Ou lunar eclipse

Apenas centauros
Entre os horizontes
Alvejando estrelas


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SÍNTESE E ANTÍTESE

O futuro não se atina
Morrer é apenas um mito
Diz o ditado sucinto

Pois viver nunca termina
É caminhar pelo infinito
Por dentro de um labirinto

E cada qual se imagina
Atendendo o quesito
De jamais estar extinto



FOGO DE OLHO-FÁTUO

Crepita sutil
A chama volátil
Em fogo volúvel

Lilás violeta
Labareda tênue
Espalha centelhas

De efêmero lume
A dança das chamas
De luz inflamável



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SIGNOS E DESÍGNIOS

Na noite diáfana
Inflama-se a chama
Na cor do crepúsculo

Um cálido fogo
De tépido lume
E luz crepitante

Dormita em segredo
Um sonho inefável
Profecia e fé


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ZEN IDEOGRAMA

Volutas de incenso
Ecoa um koan
Ao sol do oriente

Nanquim cor da noite
Desliza o pincel
Pelo ideograma

Cintila um metal
Ao lume da lâmina
Sonha o samurai



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ELEGIA EM MI

Lençóis nacarados
Um ar de jasmim
Penumbra diáfana

Um sax soa ao longe
E um vinho merlot
Acorda a língua

A noite revela
Vorazes sentidos
E dois sóis se encontram



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OLHAR SIMULTÂNEO

Impar dorme o par
Sonha um com o outro
No sonho feérico

Calor de carbono
Por dentro da carne
Desata-se um frêmito

Voltar da viagem
E ao mesmo tempo
Abrem-se os olhos

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PAZ E A MORTE SEMPRE

Acabem com os relógios
O tempo urge pra mim

E rasguem os calendários
O amor ruge carmim

Ao fogo com as agendas
A morte surge no fim








"PALAVRÓRIO"
Tchello d'Barros
www.tchello.art.br
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Um comentário:

Vera Helena disse...

EM SI NUA EM CIO...este e seus outros poemas do PALVRÓRIO - todos excelentes, bem feitos, criativos e leves....muito gostoso de se ler. Mesmo no poema mais longo vc faz um inteligente jogo de palavras...Muito bom mesmo...Um dos melhores que conheci aqui.
Parabéns!!!!
Um grande abraço

Vera Helena