sexta-feira, 6 de abril de 2007

"VIDE-VERSO" - Poesia experiemental

Amigos,

Aqui alguns dos poemas de meu 6º livro, “Vide-Verso” que embora os poemas estejam veiculados em meu site desde 2004, ainda não foi publicada uma versão impressa. A coletânea de textos curtíssimos segue na linha dos poemas publicados em “Letramorfose, ou seja, todos muito curtos, explorando as várias possibilidades da palavra, usando e abusando de rimas, trocadilhos, aliterações e outros recursos, ora desconstruindo frases-feitas, ora resignificando sentenças filosóficas ou falares do povo. Creio que os que estiverem familiarizados com as palavras-cabide e palavras-valise de James Joyce, não se assustarão muito.






.............................



sumi
semi
nu
numa
duna
duma
dona



.............................



nós
nus
:
um
+
um
=
hum!



.............................



era
hora
do
amor
ora
era
eros
ora
era
hera



.............................




aporta
saudade
aperta
o peito
flechado
fechabre
a porta


...................................



dispara
meu
peito
que
ao
ver-te
diz: pára!



.................................


verte
meu
peito
ao
ver-te



.............................



indecente

tua lava

me lava

me leva

me love

incandescente



...................................



na cama

a calma

com fusão

de corpo

e alma



....................................


como

tô carente

corro

tocar em teu

corpo



..............................




acaso


acasalamento

lamento



..................................




acaso

cedo ou tarde

cedo e caso



em suma

me assuma

ou suma



.............................



amor ou caso

acuso o acaso

cada caso

é um caos



.........................



revelo

me

em

teu

relevo



............................



preciso

do

que

tens

de

precioso



............................


a maria


quem


diria

que


um


dia

me

amaria


................................



quarto crescente
luar de absinto
parece que sente
carece o que sinto



................................



obsoleto

tudo que eu sabia

absoluto



................................



todos

nós

somos

hum


us



.............................



na

vida

as

coisas

são

comoção



............................



sempre essa


de
divagar
e


sem pressa



.............................



arte
?
deus
me
louvre
!



...........................





poética
intica
:
em
política
ética
é titica



.............................



a cidade
assassina
ácida de si
decide
essa sina



........................



urgia te amar

mal
me
quer
mas
bem
me
tem
em

orgia de amor



........................



silencio
ao
te
ver
se

cio

lascívia
ao
te
ver

se
via



........................



meu
fôlego
teu
fogo
ex-pira



........................



indecente
ainda sente

essa ninfa
essa peca
essa fada

inocente
e não sente



........................



no amor
haja gás
e ânimo
a
orgia se
gasta num
momento



........................



eros ou erros
:
apego = ah pego
apelo = ah pelo
afago = ah fogo
afeto = há feto



........................




:
vampira
me
tara pira
me
tira para
me
expia inspira
me
aspira expira
!



........................



a danada
da amada

uma dona
que me dana

uma dama
que me doma

nada muda
essa madame

me dá medo
se me ama



........................



ânsia
em
si
seu
cio
ensina
me
o
ciúme



........................



a alma geme ao

ver

a alma gêmea



........................



culpa do
cupido
:
bem feito
é certo
que a seta
só acerta
quem aceita
essa seita
no centro
do peito



........................



vir tu ali dá de

10
na

virtualidade



........................



escrevo

não
pra ser imortal

mas
pra um amor tal
pra uma mortal



........................



sou

anticonstitucionalissimamente





........................



do
poema
rimas

do
amor
rimos

da
vida
rumos



........................



ri mas são
rimas minhas

estrelinhas
nas
entrelinhas



........................



arte
:
futuro da faina
fratura da forma
fatura da fama
fartura da fome



........................



moda
me dá
medo

mede
o meu
modo

muda
o meu
mundo



........................



pátria minha
grande e bela

ver de perto
e amar ela



........................



belezas
à
beça
se
abrissem
as
cabeças
e
coubesse
que
a cobiça
se
acabasse



........................



na ida à vinha
a ira ainda
havia na vinda

ria na via a ira
no vinho novinho
pois ia e vinha



........................



sossego
se só sigo
desígnios
de signos
sou cego



........................



some

ou

some



........................



sina de luz
me
elucida

a lucidez
me
alucina



........................



universos paralelos

:

uni versos para lê-los



........................



prece
não tem
preço

ora

peça
à
beça



........................


temor
:
tememos
e
trememos
:
morte



........................


"Vide-Verso"


Tchello d'Barros

www.tchello.art.br

5 comentários:

aframboesa disse...

amo seus poemas. . .

bisou *

rodrigo mebs disse...

genial, tchello! é de se ter orgasmos poéticos.

líria porto disse...

eita, seu moço - que beleza! veja a inveja boa - das palavras poucas, das tintas nas telas!
líria

Marco Bastos disse...

Olá, Tchello.

com tato
primeiro
contato

trabalho
cartas
de baralho

a do rei
K está
sem barulho

o talento
não
tá lento

parabéns

bom dia
abraço
Marco.

Carmen Regina Dias disse...

HAHAHAHAH!!!!

delícia de letrinhas,
gostosura de poesia,
minha nossa!
quando eu crescer quero ver
de novo tudo isso,
e sentir que a infância,
tempo de aprendizagem
e maravilhamento,
valeu a pena.
Tchello, muito prazer,
como escreveu rodrigo mebs,
orgasmos múltiplos.

Tu és mesmo um belo dum presente
dos céus.